terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ser de pedra

Ser de pedra


Gostaria ser de pedra.
Não sentir,
não chorar,
não vibrar.
Manter-me imperturbável.
Resistir à olhares doces.
Resistir à olhares duros.
Não emocionar-me.
Agüentar qualquer coisa
tempestades, holocaustos,
felicidades e tristezas.
Gostaria ser de pura roca.
Agüentar fria a alma,
frio os olhos,
frias as mãos,
frio o coração.
Não sentir,
ser de pedra.
Mas nada posso fazer.
Meus olhos são brilhantes,
Minhas mãos sensíveis,
Meu coração quente.
Ele pulsa, se emociona.
Tenho angústias e felicidades.
Sinto tudo muito forte.
Vibro com olhares doces
E me estremeço com olhares duros.
Nada posso fazer...
Estou vivo!
Estou vivo!

Rolando Toro Acuña.
(poesia do ano 1985)

Nenhum comentário:

Postar um comentário