quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Somos

Somos o quadro ainda não terminado.
Somos a música
que ainda não tem todos os sons.
Somos as florestas
onde ainda não floresceram todas as sementes.
Somos o cosmos
que ainda não mostrou todos os planetas, sóis e estrelas.
Somos o silêncio
que ainda faz som.
Somos a alegria
que ainda não morreu de felicidade.
Somos o vazio
pleno de esperança.
Somos a esperança
plena de desespero.
Somos a coragem
trêmula de pavor.
Somos anjos
que brincamos com o demônio.
Somos demônios
que querem ser anjos.
Somos santos pecadores.
Somos virtudes.
Somos pó de estrelas.
Somos luz.
Somos muito mais do que somos.


Rolando Toro Acuña
Fim do Mundo???

Para os profetas da desgraça.
Para os infelizes que acreditam que o mundo vai acabar.
Eu vou fazer minhas profecias.

O sol continuara a sair.
As dias serão maravilhosos
Os poetas continuarão a fazer poesias.
E os amantes a se beijar.
Continuarão os sorrisos lindos aparecendo em nossas vidas.
O mar continuara azul e transparente.
Os amigos de verdade continuarão em nossos corações.
As estrelas brilharão como sempre e ainda mais.
As musicas de qualidade poderemos seguir escutando.
E nossas fantasias continuarão nossas.
Nossos sonhos continuarão em nossos corações.
E abraçaremos nossos seres amados.
E beijaremos como sempre beijamos.
E tomaremos sol na praia sentindo o sol em nosso corpo.
Por que o mundo continuara a girar.
E num tempo mais sairá outro profeta da catástrofe com outra data de fim do mundo.
Mas eu estarei dançando.

Abraço para todos.
Creio que o fim do mundo vai ser a maior desilusão para os que acreditaram



Rolando Toro Acuña

sábado, 12 de janeiro de 2013

 

Ainda gosto de trem

Quando tinha 14 anos meu amigo Claudio Lefever me dizia: "vamos andar de trem?"e eu respondia: "Vamos". Subíamos-nos em qualquer trem, nuca sabíamos para onde ia esse trem se pararia 20 minutos depois ou se seria um trem expresso que andaria 400 quilômetros antes de parar. Creio que tivemos sorte, sempre eram trens que faziam uma parada antes de meia hora. Quando já estávamos "de viagem" meu amigo me dizia: vamos mudar de vagão por fora? Vamos, dizia eu. Ai saiamos do trem, ficávamos no primeiro degrau da escada e esticávamos os braços ate pegar a outra barra do vagão e mudávamos de vagão. Tudo isto com o trem andando. Quando ficava no primeiro degrau, via as vias do trem passando por baixo do trem com muita velocidade. Sentia o vento na minha cara. Escutava o ruído do trem andando. Meu coração se acelerava. Minha respiração ficava mais ampla. E sabia que não podia errar. Um erro era a morte , (nunca errei por isso posso contar). Depois nos riamos. Tínhamos enfrentado a morte com um sorriso. Estávamos em nossa aventura e um dia aconteceu... passageeeeeeem, passagem, passagem. Nos nunca tínhamos dinheiro e logicamente não tínhamos passagem. Subíamos ao trem sem passagem essa era parte da aventura também. Que fazemos. Começamos a andar para outro vagão, mais de outro lado vinham dois cobradores mais. Passagemmmmm.

A única saída era pular do trem . Preferíamos a morte a ser pegos sem passagem. Por sorte o trem nesse momento ia meio devagar em uma subida muito acentuada. Fizemos os cálculos e dava para saltar sem se matar. O único importante era não ser chupado pelo trem. Sempre havíamos escutado que o trem chupava quem estava muito perto. Creio que era mentira. Pulamos do trem. Só olhamos para baixo. Não olhamos para a outra via paralela onde vem os trens de volta. Quando pulamos meu amigo me grita: cuidado, o outro trem. Vinha outro trem em sentido contrario. Ai nos dois deitamos no chão. Ao lado do trem do qual tínhamos pulado. E passou o outro trem. A toda velocidade tocando o apito huuuuuuuuuuuuu huuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
Sentimos o vento em nossa cara. Comemos terra que ele levantara. As pedras que estavam na linha do trem as vemos a um centímetro de distancia já que estávamos colados ao solo e nos agarrávamos com as mãos nas pedras por medo que nos "chupara o trem" depois tínhamos que voltar, voltamos caminhando pela via e detrás de uma montanha tinha um lago. Entramos no lago de cueca e nos banhamos como duas horas, a água estava ótima, depois caminhamos em sentido contrario estávamos voltando para nossas casas, e num momento saímos na estrada e passa um carro e nos tirou pela janela um pacote de doces , estava tudo perfeito. Quando cheguei a minha casa. Minha mãe me pergunta: onde você estava?
Eu respondia: Eu?.... na casa de Claudio.

Ate hoje gosto de trens, mas hoje acho seguro mudar de vagão por dentro. Mas não me arrependo de meus desafios que me fizeram enfrentar a morte com um sorriso.
Não éramos turistas viajando, éramos viajantes.
Rolando Toro Acuña.

sábado, 22 de dezembro de 2012


Os pratos da minha avó “Abuelita”

 

Quando eu era criança, aos dez anos fui a casa de minha avó. Seriam dias encantadores só eu na casa de minha avó. Sem meus irmãos, sem minha mãe, só nos dois.

Todas as atenções só para mim.

Na casa da minha avó, as coisas estavam sempre no lugar. Tudo estava em ordem sempre e tudo limpo, não lembro de ver uma xícara suja.

 Mas o que mais me fascinava era uma cristaleira “móvel” que ela tinha onde guardava as louças finas, eu podia ver os cristais através de um vidro sempre muito limpo, e nesse móvel tinha os pratos mais lindos que eu havia visto em meus dez anos de vida, era uma louça inglesa, e os pratos para mim eram uma obra de arte, com umas rosas vermelhas e muito lindas, minha avó na hora do almoço me servia a sopa e como eu lá havia ido a vê-la de tão longe, colocava os pratos finos que eu adorava, ela dizia que eram para uma grande ocasião especial. E eu tomava a sopa e quando ia acabando a sopa, começava a sair o desenho no fundo do prato, umas rosas vermelhas maravilhosas, e qualquer sopa para mim era fantástica nesses pratos. O que ela servisse para mim era delicioso, já que depois podia ver esses quadros pintados no fundo e nos bordes, depois de uns dias eu voltava para minha cidade já em casa eu contava que havia tomado sopa e comido nos pratos finos de minha avó.

E passaram os anos e os pratos sempre ficaram em minha memória e na estante da minha avó que só os tirava para grandes ocasiões. Minha avó ficou velinha e morreu com mais de 90 anos, eu já adulto, um dia fui visitar minha irmã, e o que vejo na estante da minha irmã...

Os maravilhosos pratos da minha avó. Digo para minha irmã que me encantavam esses pratos desde que era criança. Minha irmã me diz: são belíssimos, tem mais de trinta anos. E terminamos de comer. Mais tarde quando eu ia embora, minha irmã me diz: tenho um presente para ti. E me da uma caixa com os pratos da minha avó.  Eu não podia crer. Disse para minha irmã que não, que eram dela, mas ela insistiu e me disse: Eu não sabia que você gostava tanto deles, são teus, e não teve jeito, ela deu para mim os pratos finos da minha avó...

Levei para minha casa, e eu almoçava e jantava todos os dias com os pratos finos, colocava uma tolha de mesa bordada à mão que minha mãe havia feito para as grandes ocasiões, mas para mim todos os dias são uma grande ocasião, então eu todos os dias  almoçava e jantava com a toalha bordada a mão, e os belíssimos pratos de mais de trinta anos. E os lindos pratos da minha avó que ela cuidou tanto duraram dois anos na minha casa sendo usado todos os dias, mais ou menos o que durou toalha bordada . Por que minha avó guardou tantos anos esses pratos se não era para eu usá-los...

Acaso não era eu uma grande ocasião... Ela me tinha falado só para as grandes ocasiões e todos os dias ela usou quando eu fui a visita-la fazia mais de 30 anos. Por isso digo as coisas belas não são para ficar guardadas em armários de cristal. Os mantos finos não são para ficar em gavetas e ser usados para natal e ano novo, ou um aniversario, mas para ser usados todos os dias, já que cada dia é milagre, cada dia é uma grande ocasião. Os pratos se quebraram, mas a recordação da felicidade que eles me deram está intacto dentro de mim. Os pratos da minha avó, eu  me lembro até  dos detalhes.

Minha Abuelita guardo sempre para mim...

 

 

Rolando Toro Acuña

 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Um dia fui viajante. Não turista.

 

Tinha 10 anos quando faria minha primeira viagem só. Seria minha iniciação de homem. A os dez anos. Eu tomaria um trem e viajaria 500 quilômetros  só. Meu irmão já tinha feito isso e eu o único que queria era ter dez anos para poder fazer minha viagem só. Quando cumpri dez anos fiz minha cobrança a minha mãe. Quero ir onde minha avo.  minha mãe me diz ,depois dessa viagem nunca mas me terá que pedir permissão para ir onde você quiser. Só terá que informar. Você depois dessa viagem será um homem. Que sabe ir e voltar. E para ir a qualquer  lugar  você se tem que saber cuidar. Ficar sempre alerta. Ver onde pode relaxar. E ver onde deve sair de perto e correr. Minha mãe me colocava ao tanto dos perigos. Me dizia este sempre atento e poderá  sempre se sair bem. Eu não tinha medo,  so uma grande expectativa. Nessa idade eu só tinha medo de fantasmas, não de pessoas. Apavorava-me o sobre natural. Ruídos na noite o sentir um peso nas pernas e não ter ninguém nas minhas pernas. Os fantasmas me apavoravam. Eu sabia que tinha que xingar eles para eles sair de perto e eu todas as noites xingava os fantasmas que vinham me incomodar. Então. As pessoas que eu podia ver no eram ameaça para mim. Chegou o grande dia, me levaram a estação do trem. Minha vagagem era minhas informações. Em minha cabeça e um papel com a direção da casa de mi avo. com numero do ônibus que eu teria que tomar.  O nome da rua nunca esqueci  Rua Lautaro nº 560 subi no trem as 23 horas o trem chegaria em concepcion a lãs 07 da manha.  Como  um homem, busque onde sentar e com quem sentar (muito importante com quem) vi uma senhora com rosto Dulce cabelo muito preto ate a cintura tinha um poço cara de índia e um sorriso muito lindo. Fui e sente ao lado dela. o primeiro que me pergunto. Onde estão seus Paes? e eu respondi com um sorriso eu viajo sozinho. Como Tão pequenininho e viaja só.  Vou a casa de minha avo. E já se ir.... o que não fale e que era primeira vez que fazia esse viagem. O trem  começo a andar, que emoção.  Que alegria quantas crianças em o mundo poderiam fazer uma viagem de 500 quilômetros  só. Quantas? eu me perguntava isso.  E minha resposta era nenhuma. Em a minha cabeça eu era a única criança do planeta  que estava fazendo uma viagem assim. Com autorização da sua mãe. Depois dessa viagem eu seria adulto depois dessa viagem eu nunca mais teria que pedir permissão para ir onde quiser. Só teria que informar.  O trem era algo apaixonante  tinha gero de trem. Ruído de trem. Antigamente o trem tinham ruído de trem. Hoje quando ando em trem sinto saudade do ruído do trem. Agora parecem aviões que deslizam pelos  trilhos. Mas antigamente os trens eram com barulho de trem. Os trens tinham gero de trem. Todo era uma experiência sinestésica para os sentidos.

Pedi para senhora com cara de índia. Que me cuidara meu lugar. e fui a recorrer o trem. Descobri que tinha carro comedor muito lindo e muitos vagões. Fui ate o ultimo vagão olhando todo e todas as pessoas. Eu estava fazendo o reconhecimento do lugar e das pessoas e não sabia. Sempre fazia isso. Depois volte a meu lugar donde  minha nova amiga e pouco a pouco veio o sonho e fui apoiando minha cabeça no ombro dela e ela deixo, eu me sentia seguro ao lado da senhora. E dormi e sonhe que viajava de trem só. de manha acorde quando o trem estava chegando a concepcion.  Me despedi da senhora e ela me desejo que sairá tudo bem.  baixe do trem numa estação enorme  estava chovendo e fazia frio, mas eu estava  com meu coração acelerado e o frio era gostoso eu estava mas vivo que nunca. Mas dono de mim que nunca. Eu não estava da mão da minha mãe. Eu no estava sendo dirigido. Eu estava só no mundo com um objetivo claro ... a casa de minha avo. Fui a parada do ônibus e espere o ônibus que teria que tomar. Subi e fale para o condutor, por favor, me avisa na rua lautaro. E fique perto dele  e cada cinco quarteirões  eu lembrava ele “falta muito para a rua lautaro?”  ele respondia não. Eu te aviso.  Derrepente ele fala lautaroooo.  A que alegria estava perto de meu objetivo ai so teria que ver os números da rua e  ir caminhando ate el numero 560 estava a dois quarteirões

Nessa época no tínhamos tel. No tínhamos enviado carta nada. Eu  estava viajando  contando que minha avo estivera em casa. Bati a porta  e  abre a minha avo. A surpresa dela no tinha limite. O primeiro que pergunto onde esta tu mamã onde esta tu pai. Eu fale vim sozinho. Com um sorriso de orelha a orelha . ela me fez entrar me fez café  com pão amassado. E me olhava incrédula. Fique cinco dias na casa de mi abuelita. Sua casa era casa de avo tinha gero da casa de mi avo. Todo era diferente que na minha casa era uma casa onde todo tinha um lugar. onde tinha uma ordem.  Depois eu voltaria para minha casa. A volta novamente o trem. Outra senhora doce para eu dormir em o ombro dela e retorne para minha casa. Já era um homem. De dez anos.

 Desde esse dia eu poderia ir onde eu quiser. Nunca mais tive que pedir permissão para ir onde quisesse.  Quando as vezes esquecia e falava para minha mãe. Posso  ir a tal lugar. ela me lembrava que homens no pedem permissão só informam onde vão. Pode ira a  china o ao Japão . Solo me informe, nunca me peça permissão.

Eu Fui viajante,  nunca fui turista.

 

Rolando Toro Acuña.

19/12/2012

 

domingo, 7 de outubro de 2012

Só quem ama

Só quem ama


Só quem ama.
Saberá o que e a morte e a ressurreição
Só quem ama
Será imortal
Só quem ama
Saberá que deus existe
Só quem ama
Entrara no inferno E saíra dele vivo
Só quem ama
Saberá o que e o medo
Só quem ama
Saberá o que es coragem
Só quem ama
Saberá o que es a calma
Só quem ama
Saberá o que e a fúria
Só quem ama
Conhecera os secretos da alma
Só quem ama
Saberá o que e a vida

                                                            Rolando Toro Acuña

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Renascimento

Falei com Deus quando fui expulso do paraíso, Falei quando deixei de ser criança, e ser adulto doía o coração, depois nunca mas falei, abandone Ele, e mergulhei nos infernos, e dancei as danças do holocausto, as danças da guerra é a desintegração, dancei a dança do aniquilamento, dancei minha própria morte, e me fiz morador do inferno, onde a vida era a morte e a morte era a vida, onde a angústia e o desespero era a existência, mas eu ainda lembrava do que era a alegria e ternura, o que era leveza e paz no coração. E meus passos encaminhei para a luz. Meus olhos buscaram, minhas mãos pegaram. E abri as portas do inferno e sai dele. Percebi que as chaves para sair do inferno sempre haviam estado em meu bolso. E as portas se abriam por dentro, e eram as mesmas chaves as que abriam o paraíso, a mesma energia que me permitia sair, era a que me fazia possível entrar no paraíso. Encontrei com Deus novamente. Já sem saudades da inocência das crianças. E podia desfrutar o mundo novamente, pois sai do inferno e só os que morreram queimados podem renascer, luminosos, alegres e sem medo. Rolando Toro Acuña.