sábado, 22 de dezembro de 2012


Os pratos da minha avó “Abuelita”

 

Quando eu era criança, aos dez anos fui a casa de minha avó. Seriam dias encantadores só eu na casa de minha avó. Sem meus irmãos, sem minha mãe, só nos dois.

Todas as atenções só para mim.

Na casa da minha avó, as coisas estavam sempre no lugar. Tudo estava em ordem sempre e tudo limpo, não lembro de ver uma xícara suja.

 Mas o que mais me fascinava era uma cristaleira “móvel” que ela tinha onde guardava as louças finas, eu podia ver os cristais através de um vidro sempre muito limpo, e nesse móvel tinha os pratos mais lindos que eu havia visto em meus dez anos de vida, era uma louça inglesa, e os pratos para mim eram uma obra de arte, com umas rosas vermelhas e muito lindas, minha avó na hora do almoço me servia a sopa e como eu lá havia ido a vê-la de tão longe, colocava os pratos finos que eu adorava, ela dizia que eram para uma grande ocasião especial. E eu tomava a sopa e quando ia acabando a sopa, começava a sair o desenho no fundo do prato, umas rosas vermelhas maravilhosas, e qualquer sopa para mim era fantástica nesses pratos. O que ela servisse para mim era delicioso, já que depois podia ver esses quadros pintados no fundo e nos bordes, depois de uns dias eu voltava para minha cidade já em casa eu contava que havia tomado sopa e comido nos pratos finos de minha avó.

E passaram os anos e os pratos sempre ficaram em minha memória e na estante da minha avó que só os tirava para grandes ocasiões. Minha avó ficou velinha e morreu com mais de 90 anos, eu já adulto, um dia fui visitar minha irmã, e o que vejo na estante da minha irmã...

Os maravilhosos pratos da minha avó. Digo para minha irmã que me encantavam esses pratos desde que era criança. Minha irmã me diz: são belíssimos, tem mais de trinta anos. E terminamos de comer. Mais tarde quando eu ia embora, minha irmã me diz: tenho um presente para ti. E me da uma caixa com os pratos da minha avó.  Eu não podia crer. Disse para minha irmã que não, que eram dela, mas ela insistiu e me disse: Eu não sabia que você gostava tanto deles, são teus, e não teve jeito, ela deu para mim os pratos finos da minha avó...

Levei para minha casa, e eu almoçava e jantava todos os dias com os pratos finos, colocava uma tolha de mesa bordada à mão que minha mãe havia feito para as grandes ocasiões, mas para mim todos os dias são uma grande ocasião, então eu todos os dias  almoçava e jantava com a toalha bordada a mão, e os belíssimos pratos de mais de trinta anos. E os lindos pratos da minha avó que ela cuidou tanto duraram dois anos na minha casa sendo usado todos os dias, mais ou menos o que durou toalha bordada . Por que minha avó guardou tantos anos esses pratos se não era para eu usá-los...

Acaso não era eu uma grande ocasião... Ela me tinha falado só para as grandes ocasiões e todos os dias ela usou quando eu fui a visita-la fazia mais de 30 anos. Por isso digo as coisas belas não são para ficar guardadas em armários de cristal. Os mantos finos não são para ficar em gavetas e ser usados para natal e ano novo, ou um aniversario, mas para ser usados todos os dias, já que cada dia é milagre, cada dia é uma grande ocasião. Os pratos se quebraram, mas a recordação da felicidade que eles me deram está intacto dentro de mim. Os pratos da minha avó, eu  me lembro até  dos detalhes.

Minha Abuelita guardo sempre para mim...

 

 

Rolando Toro Acuña

 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Um dia fui viajante. Não turista.

 

Tinha 10 anos quando faria minha primeira viagem só. Seria minha iniciação de homem. A os dez anos. Eu tomaria um trem e viajaria 500 quilômetros  só. Meu irmão já tinha feito isso e eu o único que queria era ter dez anos para poder fazer minha viagem só. Quando cumpri dez anos fiz minha cobrança a minha mãe. Quero ir onde minha avo.  minha mãe me diz ,depois dessa viagem nunca mas me terá que pedir permissão para ir onde você quiser. Só terá que informar. Você depois dessa viagem será um homem. Que sabe ir e voltar. E para ir a qualquer  lugar  você se tem que saber cuidar. Ficar sempre alerta. Ver onde pode relaxar. E ver onde deve sair de perto e correr. Minha mãe me colocava ao tanto dos perigos. Me dizia este sempre atento e poderá  sempre se sair bem. Eu não tinha medo,  so uma grande expectativa. Nessa idade eu só tinha medo de fantasmas, não de pessoas. Apavorava-me o sobre natural. Ruídos na noite o sentir um peso nas pernas e não ter ninguém nas minhas pernas. Os fantasmas me apavoravam. Eu sabia que tinha que xingar eles para eles sair de perto e eu todas as noites xingava os fantasmas que vinham me incomodar. Então. As pessoas que eu podia ver no eram ameaça para mim. Chegou o grande dia, me levaram a estação do trem. Minha vagagem era minhas informações. Em minha cabeça e um papel com a direção da casa de mi avo. com numero do ônibus que eu teria que tomar.  O nome da rua nunca esqueci  Rua Lautaro nº 560 subi no trem as 23 horas o trem chegaria em concepcion a lãs 07 da manha.  Como  um homem, busque onde sentar e com quem sentar (muito importante com quem) vi uma senhora com rosto Dulce cabelo muito preto ate a cintura tinha um poço cara de índia e um sorriso muito lindo. Fui e sente ao lado dela. o primeiro que me pergunto. Onde estão seus Paes? e eu respondi com um sorriso eu viajo sozinho. Como Tão pequenininho e viaja só.  Vou a casa de minha avo. E já se ir.... o que não fale e que era primeira vez que fazia esse viagem. O trem  começo a andar, que emoção.  Que alegria quantas crianças em o mundo poderiam fazer uma viagem de 500 quilômetros  só. Quantas? eu me perguntava isso.  E minha resposta era nenhuma. Em a minha cabeça eu era a única criança do planeta  que estava fazendo uma viagem assim. Com autorização da sua mãe. Depois dessa viagem eu seria adulto depois dessa viagem eu nunca mais teria que pedir permissão para ir onde quiser. Só teria que informar.  O trem era algo apaixonante  tinha gero de trem. Ruído de trem. Antigamente o trem tinham ruído de trem. Hoje quando ando em trem sinto saudade do ruído do trem. Agora parecem aviões que deslizam pelos  trilhos. Mas antigamente os trens eram com barulho de trem. Os trens tinham gero de trem. Todo era uma experiência sinestésica para os sentidos.

Pedi para senhora com cara de índia. Que me cuidara meu lugar. e fui a recorrer o trem. Descobri que tinha carro comedor muito lindo e muitos vagões. Fui ate o ultimo vagão olhando todo e todas as pessoas. Eu estava fazendo o reconhecimento do lugar e das pessoas e não sabia. Sempre fazia isso. Depois volte a meu lugar donde  minha nova amiga e pouco a pouco veio o sonho e fui apoiando minha cabeça no ombro dela e ela deixo, eu me sentia seguro ao lado da senhora. E dormi e sonhe que viajava de trem só. de manha acorde quando o trem estava chegando a concepcion.  Me despedi da senhora e ela me desejo que sairá tudo bem.  baixe do trem numa estação enorme  estava chovendo e fazia frio, mas eu estava  com meu coração acelerado e o frio era gostoso eu estava mas vivo que nunca. Mas dono de mim que nunca. Eu não estava da mão da minha mãe. Eu no estava sendo dirigido. Eu estava só no mundo com um objetivo claro ... a casa de minha avo. Fui a parada do ônibus e espere o ônibus que teria que tomar. Subi e fale para o condutor, por favor, me avisa na rua lautaro. E fique perto dele  e cada cinco quarteirões  eu lembrava ele “falta muito para a rua lautaro?”  ele respondia não. Eu te aviso.  Derrepente ele fala lautaroooo.  A que alegria estava perto de meu objetivo ai so teria que ver os números da rua e  ir caminhando ate el numero 560 estava a dois quarteirões

Nessa época no tínhamos tel. No tínhamos enviado carta nada. Eu  estava viajando  contando que minha avo estivera em casa. Bati a porta  e  abre a minha avo. A surpresa dela no tinha limite. O primeiro que pergunto onde esta tu mamã onde esta tu pai. Eu fale vim sozinho. Com um sorriso de orelha a orelha . ela me fez entrar me fez café  com pão amassado. E me olhava incrédula. Fique cinco dias na casa de mi abuelita. Sua casa era casa de avo tinha gero da casa de mi avo. Todo era diferente que na minha casa era uma casa onde todo tinha um lugar. onde tinha uma ordem.  Depois eu voltaria para minha casa. A volta novamente o trem. Outra senhora doce para eu dormir em o ombro dela e retorne para minha casa. Já era um homem. De dez anos.

 Desde esse dia eu poderia ir onde eu quiser. Nunca mais tive que pedir permissão para ir onde quisesse.  Quando as vezes esquecia e falava para minha mãe. Posso  ir a tal lugar. ela me lembrava que homens no pedem permissão só informam onde vão. Pode ira a  china o ao Japão . Solo me informe, nunca me peça permissão.

Eu Fui viajante,  nunca fui turista.

 

Rolando Toro Acuña.

19/12/2012