sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Dia da Minha Morte.

O Dia da Minha Morte

No dia da minha morte
eu não sabia que ia ser morto.
No dia da minha morte
eu havia acordado alegre,
havia brincado com meus filhos,
vi o sol brilhando
e senti a brisa do mar no rosto.
Eu me lembro do dia da minha morte.
Não sabia que estava morrendo.
Ela foi se apoderando de mim devagar.
Primeiro,
tirou-me a alegria.
Depois,
Presenteou-me o desespero,
tirou-me a esperança
e deu-me o vazio.
Eu me lembro do dia da minha morte.
Ela foi tirando-me as forças
e apoderando-se de cada célula.
A morte maldita fez seu trabalho perfeito.
Não deixou um canto da minha identidade sem destruir,
não deixou nada que pudesse lembrar a vida.
A morte maldita
só não pôde levar uma célula que ainda ficou viva
e que dela, eu dei vida novamente
a este desconhecido que nasceu,
depois da minha morte.
Agora,
Quero a morte longe.

livro: "A procura do essencial"
Rolando Toro Acuña.

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